|
||||
O poder concentrou-se nas mãos de Otávio, com ampla aceitação nas
diversas camadas da sociedade romana. Otávio recebeu vários títulos
concedidos pelo Senado, ampliando seus poderes, entre eles o Augusto
(sagrado), Princeps Senatus (principal do senado), Imperador (comandante
supremo do exército), Pontífices Maximus (sacerdote máximo), Pater Patriae
(pai da pátria) etc. Seu governo destacou-se pela preocupação com a
estabilidade interna e externa do Império.
Somando tantos poderes, Otávio Augusto tornou-se, na prática,
rei absoluto de Roma. Mas não assumiu oficialmente o título de rei. Permitiu
que as instituições republicanas, principalmente o Senado, continuassem
sobrevivendo na aparência.
Durante seu longo governo, Augusto promoveu uma série de
reformas sociais e administrativas. Incentivou a agricultura, o comércio e a
indústria, construiu obras públicas que geraram empregos, fortaleceu a
vigilância das fronteiras do Império, criou a guarda pretoriana para a sua
proteção pessoal e estimulou as artes. O imenso Império passou a desfrutar um
período de dois séculos de relativa paz e segurança, conhecido como Pax
Romana (Paz Romana).
A prosperidade romana conseguida com as conquistas modificou
profundamente o comportamento político de patrícios e “Homens Novos”, que
desejavam usufruir de seus bens, preocupando-se apenas com o próprio prazer,
dando plenos poderes a Otávio.
Augusto fez uma reforma social, dividindo as pessoas em grupos,
de acordo com a sua riqueza. Os plebeus ricos ficavam no mesmo grupo social
dos patrícios. Para a massa de plebeus pobres, havia o serviço militar por
vinte anos e a possibilidade de receber, depois, terras nas províncias.
Restava ainda um grande número de desempregados. A eles se oferecia a
política de “pão e circo”, ou seja, distribuição de pequena quantidade de
trigo e espetáculos de luta entre gladiadores, entre homens e feras etc.
No final do século I, o Império Romano atingiu sua máxima
extensão; já tinha conquistado toda a Itália e muitos outros territórios da
Europa, do norte da África e do Oriente Médio. Para protegê-lo, estenderam-se
guarnições militares ao longo das fronteiras. Além de tropas, deslocou-se
também um grande número de funcionários para essas regiões.
Os séculos I e II foram notáveis, em especial pelas construções
feitas em Roma e outras cidades e pelo grande desenvolvimento da arte e da
literatura. A cultura romana – suas leis, seus costumes, sua língua e seus
templos – espalhou-se pelas províncias, principalmente européias.
Após a morte de Augusto, em 14 d.C., o período imperial costuma
ser dividido em dois períodos: alto império e baixo império.
Alto Império (27 a.C.-235)
Sucederam a Augusto, até o fim do século II, quatro dinastias de
imperadores:
Dinastia Júlio-Claudiana (14-68): com os imperadores Tibério,
Calígula, Cláudio e Nero. Essa dinastia esteve ligada à aristocracia patrícia
romana. A principal característica dessa fase foram os constantes conflitos
entre o Senado e os imperadores.
Com a morte de Nero, os exércitos de fronteira passaram a requerer o
direito de opinar na sucessão imperial, privilégio até então da guarda
pretoriana.
Em meio às revoltas militares, Roma teve em um ano três imperadores:
Galba, indicado pelo exército da Espanha, Otão, indicado pela guarda
pretoriana e Vitélio, indicado pelo exército do Oriente.
Dinastia Flávia (68-96): com os imperadores Vespasiano, Tito e
Domiciano. Esteve ligada aos grandes comerciantes. Os imperadores dessa
dinastia, apoiados pelo exército, submeteram totalmente o Senado. Nesse
período, os romanos dominaram a Palestina e houve a dispersão (diáspora) do
povo judeu. Governos relativamente tranquilos em que se verificou um
reequilíbrio da economia e das instituições.
Dinastia Antonina (96-193): com Nerva, Trajano, Adriano, Antônio Pio,
Marco Aurélio e Cômodo, Roma conheceu um período de grande prosperidade, pois
os imperadores dessa dinastia, exceto o último, foram excelentes
administradores. Adotaram uma atitude conciliatória em relação ao Senado.
Roma jamais voltou a conhecer um período de esplendor como este.
Após o assassinato de Cômodo, último dos Antoninos, aumentou a luta
pelo poder, da qual participavam os militares, que queriam o título de
Imperador. Esse período, que caracteriza todo o século III, é denominado
Anarquia Militar.
Dinastia Severa (193-235): com Sétimo Severo, Caracala, Heliogábalo e
Severo Alexandre, caracterizou-se pelo início de crises internas e pressões
externas, exercidas pelos bárbaros, prenunciando o declínio do Império
Romano, a partir do século III da era cristã.
Baixo Império (235-476)
Em 235, iniciou-se um longo processo que se estenderia pelos dois
séculos seguintes e culminaria com a desagregação de grande parte do Império
Romano. As principais características desse processo foram:
As crises políticas, já que não havia um critério definido de sucessão
para o trono. Muitas vezes, a sucessão era marcada por guerras entre os
generais mais poderosos;
O colapso do sistema escravista, causado pelo fim das guerras de
conquistas a partir do governo de Adriano (117-138). Com o término das
conquistas, perdeu-se a principal fonte de mão de obra escrava, os
prisioneiros de guerra;
Os problemas econômicos: para pagar suas despesas, o governo era
obrigado a aumentar os impostos e a emitir dinheiro, gerando inflação e
descontentamento;
As dificuldades para proteger e manter as inúmeras fronteiras do
Império. Sem dinheiro para pagar os soldados, extensas áreas ficaram
desprotegidas, o que facilitou a invasão de povos inimigos, sobretudo os de
origem germânica;
A difusão do cristianismo, que pregava valores contrários à manutenção
do trabalho escravo e à divinização dos imperadores.
Todos esses aspectos provocaram o enfraquecimento do comércio e da
produção em todo o Império. Aos poucos, a população abandonaria as cidades
para se abrigar no campo, onde encontraria maior proteção contra a invasão de
povos inimigos, chamados “bárbaros” pelos romanos.
Tentativas de reformas
Ao longo do Baixo Império, os imperadores tentaram introduzir reformas
para superar a crise.
Diocleciano (284-312), ao assumir o trono, criou uma nova forma de
governo, exercida por quatro generais, à qual denomina-se Tetrarquia. Com
isso, Diocleciano pretendia evitar as disputas por ocasião da sucessão e
facilitar a defesa dos territórios. Esse sistema de governo, entretanto, não
se consolidou, a tetrarquia foi abandonada por seus sucessores, e as guerras
de disputa pelo poder voltaram a agitar o Império.
No reinado de Constantino (313-337), este restabeleceu o poder
centralizado e também efetuou reformas. Através do Edito de Milão, concedeu
liberdade religiosa aos cristãos. Após promover a reunificação do Império,
transferiu a capital de Roma para Bizâncio, situada mais ao oriente, que
passou a ser chamada Constantinopla.
Mais tarde, o imperador Teodósio (378 a 395), promoveu ainda outras
medidas para contornar a crise. Em 391, instituiu o cristianismo como
religião oficial do Império. No âmbito administrativo, realizou, em 395, a
divisão do Império em duas partes, uma no Ocidente, com capital em Roma, e
outra no Oriente, sediada em Constantinopla.
Com a morte de Teodósio, o Império foi dividido entre seus dois
filhos: a parte mais desenvolvida foi dada a Arcádio, com capital em
Constantinopla; a parte decadente ficou para Honório, com capital em Roma.
A fragmentação do Império
No Ocidente, o poder central mostrava-se impotente para conter as
sucessivas invasões das fronteiras por outros povos, que passaram a controlar
extensas regiões do Império Ocidental.
Entre os séculos IV e V, a situação se agravaria com a chegada dos
hunos à Europa. Temido por sua habilidade na guerra, esse povo, vindo da
região central da Ásia, provocava pânico entre os germanos, que invadiam o
Império para fugir de seus ataques.
Em 476, após inúmeras invasões e acordos dos germânicos com o Império
Romano do Ocidente, Odoacro, rei dos hérulos, destronou Rômulo Augústulo,
último imperador romano. Com esse ato, desintegrava-se o Império Romano do
Ocidente, em cujo território surgiria diversos reinos germânicos.
Enquanto isso, o Império Romano do Oriente, ou Império Bizantino,
ainda que também enfrentando muitas invasões, conseguiria manter-se por quase
mil anos, até 1453, quando seria conquistado pelos turcos.
Crise final e desaparecimento do Império Romano do Ocidente
A partir do século III, o Império Romano atravessou várias crises, que
acabaram por provocar sua decadência e, finalmente, sua desintegração.
Principais
causas dessa decadência:
Crise econômica: a economia baseada no latifúndio escravista entrou em
decadência com o fim das conquistas, pois tornou-se difícil e cara a
aquisição de escravos. Muitos trabalhadores livres e até escravos foram
fixados como colonos nas grandes propriedades.
Descontentamento com os altos impostos: para sustentar o grande número
de funcionários e militares, necessários em território tão extenso, era
preciso muito dinheiro, que era arrecadado do povo. Esse mesmo dinheiro
também sustentava o luxo e a corrupção dos governantes.
O quase desaparecimento da moeda romana: como a produção diminuiu,
faltavam produtos para vender; assim, as importações aumentaram e, em
consequência, grande quantidade de moeda saía e não voltava.
Desorganização política e militar: a disputa pelo poder, a corrupção e
o descuido com a administração eram constantes. Cada exército obedecia mais a
seu general do que ao imperador. Além disso, o assassinato de imperadores era
frequente.
As invasões dos bárbaros: inicialmente, eles penetraram no território
do exército. No século IV, grupos armados de bárbaros foram vencendo os
romanos, até derrotá-los definitivamente em 476.
O século V marcou a decadência definitiva da parte ocidental do
Império. Entre os fatores que provocaram a queda de Roma, podem ser citados:
a deterioração da economia da Itália, as lutas internas, a fuga de capitais
para o Oriente, a corrupção administrativa e, para dar o golpe de morte, a
invasão dos bárbaros.
Em 476, quando era imperador Rômulo Augusto, a capital do
Império Romano do Ocidente caiu nas mãos dos bárbaros, chefiados por Odoacro.
O Império Romano do Ocidente chegou ao fim com as invasões
bárbaras. Em 476, os hérulos (povo bárbaro) chefiados por Odoacro, invadiram
Roma e depuseram o último imperador do Ocidente, Rômulo Augústulo. A queda do
Império Romano do Ocidente marcou o fim da Antiguidade e o início da Idade
Média.
O Império Romano do Oriente durou ainda quase mil anos, até
1453, quando Constantinopla foi tomada pelos turcos otomanos. Esse fato
marcou o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.
|
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário; pois ele será de extrema importância. Obrigado!