quinta-feira, 2 de agosto de 2012

ROMA ANTIGA - MONARQUIA


HISTÓRIA DE ROMA ANTIGA

- A principal característica da história romana foi a sua expansão territorial. Roma foi o grande império da antiguidade. A história romana tem a seguinte periodização:
   -Monarquia - de 753 a.C. à 509 a.C.
   -República - de 509 a.C. à 27 a.C.
   -Império - de 27 a.C. à 476 d.C.
MONARQUIA
1. Localização: Península Itálica.
- Roma cresceu na margem esquerda do rio Tibre, portanto com acesso fácil ao mar Tirreno. O que facilitou a Roma desenvolver um promissor comércio marítimo.
A única cidade do mundo fundada entre sete colinas.
2. Origem
Mítica:
- É um período caracterizado pelas lendas. A própria fundação da cidade no ano de 753 a.C. está ligada à uma tradição: Enéias, que participou da guerra de Tróia, chega à Itália e funda uma cidade ­ALBA LONGA. Os gêmeos Rômulo e Remo, descendentes de Éneias, netos de Numitor, rei de Alba Longa, filhos de Reia e do deus Marte, foram abandonados pela mãe no rio Tibre, após Abílio, irmão do rei destrona-lo. Uma loba os amamenta. Foram recolhidos por um pastor que os educa e, mais tarde fundaram a cidade de Roma.
Histórica
- A civilização romana originou-se de um pequeno povoado localizado na porção central da Península Itálica. Cercados pelas cordilheiras e montanhas que cercavam a região, e contando com uma boa quantidade de terras férteis, Roma manteve um relativo isolamento durante seus primeiros anos de existência. Naquela região observamos a ocupação dos diferentes povos que originaram a civilização romana. 
Oriundos da região mediterrânea, os lígures ocuparam a porção norte da Península Itálica e são os mais antigos povos que se tem noticia naquela região. Ao longo do segundo milênio a.C. os arianos ou italiotas vieram da Europa central e dividiam-se nas tribos dos latinos, sabinos, équos, oscos, etruscos, úmbrios, volscos e samnitas. Na parte sul, os sículos e gregos fixaram alguns povoados e colônias. 
A presença desses vários povos ao longo da Península Itálica fez de Roma uma civilização bastante diversa. Entre todos os povos, os etruscos e latinos são considerados aqueles que mais fortemente influenciariam os traços da cultura romana. O intenso comércio praticado por esses povos viria a desenvolver economicamente as cidades da região centro-norte da Itália, onde temos a origem da cidade de Roma. 
3. Organização Política:
- A Monarquia ou Realeza foi a primeira forma de governo. Devido à ausência de documentos escritos sobre esse período, seu estudo é feito com base em pesquisas arqueológicas e nas interpretações de lendas. Este período abrange a fundação de Roma em meados do século VIII a.C., até o fim de período monárquico, com a deposição do último rei etrusco, Tarquínio O soberbo e consequentemente o estabelecimento da República.
- A sociedade neste período baseava-se nos genos (ou gens) que tinham como características a propriedade coletiva dos bens e o patriciado. De acordo com a tradição o conjunto de dez genos formava a Cúria Romana (organização social, com práticas religiosas próprias e militar). - - A reunião de 10 cúrias formava uma tribo – comandada por um chefe eleito, com funções religiosas e militares. Da integração das tribos formava-se o povo romano (populus).
- O crescimento populacional, a prosperidade econômica e a expansão territorial são fatores que explicam a desintegração da comunidade gentílica. Com o tempo as famílias mais fortes foram se apropriando das terras mais férteis, surgindo à propriedade privada e os proprietários de terras, que se tornaram a classe dominante em Roma, os patrícios.
Instituições Políticas
A organização política durante a Monarquia estava assim distribuída:
Senado
Conselho formado por representantes da aristocracia patrícia. As principais do Senado eram propor leis e fiscalizar a ação do rei, além de decidir sobre a paz e a guerra. Era o principal órgão legislativo e gozava de amplos poderes.
Rei
Não possuía poderes absolutos. Era fiscalizado pela Assembleia e pelo Senado. Exercia as funções militares, religiosas e judiciais. Era escolhido pelos chefes das grandes famílias patrícias.
Assembleia Curial (Comitiva Curiata)
Formada por todos os patrícios em idade militar, que votavam as leis propostas pelo senado.
Reis latinos e sabinos
Reis de origem etrusca (Tarquínios)
Sérvio Túlio (Mastarna em etrusco) (578 a.C. - 534 a.C.)
4. Organização Social:
- As famílias mais ricas formavam as gentes (sing. gens, clã) submetidas a autoridade de um pater-família; acreditavam descender de um ancestral comum. A partir do termo pater cunhou-se patrício, nome da camada social dominante em Roma. Esta camada ostentava maior número de rebanhos, terras e escravos, da mesma forma que a eles era legado o direito a exercer funções públicas, militares, religiosas, jurídicas e administrativas;[] por vezes apropriavam-se das ager publicus, terras que pertenciam ao governo. Abaixo dos patrícios estavam os clientes, classe constituída por plebeus, escravos libertos, estrangeiros ou filhos ilegítimos que associavam-se aos patrícios prestando-lhes diversos serviços em troca de auxílio econômico e proteção social. Quanto maior fosse o número de clientes sob proteção de um patrício, maior seu prestígio social e político.
- Os plebeus (de plebs, multidão) eram camponeses, pequenos agricultores, artesãos e comerciantes. No período monárquico os plebeus não possuíam direitos políticos embora estivessem sujeitos a carga tributária e a obrigações militares. Era proibido o casamento entre plebeus e patrícios para que, assim, não houvesse uma mistura de ambas as classes sociais. No limiar da pirâmide social romana estavam os escravos que eram vencidos de guerra ou plebeus endividados. No caso dos plebeus, a escravidão podia ocorrer de duas formas. A primeira ocorria quando uma família empobrecida vendia os seus próprios filhos, na condição de escravos. A segunda era como forma de pagamento de dívidas, ou seja, o devedor, impossibilitado de saldar suas dividas, podia se tornar escravo do credor. Eram vistos como instrumentos de trabalho, sendo considerados como propriedade de seu senhor, podendo ser vendidos, trocados, alugados ou castigados. Como escravo, a pessoa não detinha nenhum direito, como o de se casar, deslocar-se de um lugar para outro, participar das assembleias e tomar decisões. Durante a monarquia eram pouco numerosos.
- As mulheres romanas, as matronae, tinham direito de possuir propriedade, ser educadas e participar mais ativamente de atividades sociais, como os banquetes e campanhas eleitorais.
- A sociedade Romana durante a Monarquia dividia-se em grandes grupos: patrícios, plebeus, clientes e escravos. As diferenças entre as principais classes sociais patrícios e plebeus determinaram as lutas de classes durante a República Romana.
PATRÍCIOS - Classe dominante em Roma, nobres descendentes dos fundadores da cidade. Monopolizavam o poder político. Desempenhavam altas funções públicas e religiosas, desfrutavam de direitos políticos.
CLIENTES - Constituíam uma classe intermediária. Eram homens livres, geralmente estrangeiros que, para sobreviverem colocavam-se sob a proteção de uma família patrícia (patronato), prestando-lhe diversos serviços em troca de auxílio econômico e proteção social. É interessante observar que os laços de clientela eram considerados sagrados e indissolúveis, não podendo ser rompidos e possuíam caráter hereditário.
PLEBEUS - Formavam a maioria da população. A plebe era composta de artesãos , pequenos proprietários e comerciantes. Não possuíam direitos políticos, não podendo se casar com os patrícios, estando submetidos à grande exploração por parte dos patrícios vivendo sob contínua ameaça de escravização por dívidas.
ESCRAVOS - Constituía-se, sobretudo, por prisioneiros de guerra. Durante o período monárquico os escravos eram pouco numerosos. A escravidão só atingiu maiores proporções a partir da República devido as guerras de conquistas e expansão territorial. Os escravos eram utilizados em diversas atividades: serviços domésticos, secretários, professores, artesãos, etc. Durante a República o número de escravos chegou a ser quatro vezes maior do que o restante da população de Roma. Daí as rebeliões de escravos. Todavia, essas rebeliões fracassaram diante do poder do Estado. O fracasso das rebeliões pode ser explicado pela forma desigual de exploração da população escrava. "Havia, por exemplo, uma profunda diferença entre o grau de exploração de um escravo urbano, que trabalhava como secretário, e de um escravo rural, que sofria no penoso trabalho agrícola. Essas diferenças de condições de exploração tornavam a classe dos escravos bastante desigual quanto ao nível de disposição de lutar pela liberdade do grupo como um todo" Pode-se ainda destacar que a luta dos escravos possuía apenas um caráter de rebelião e não de revolução.
5. Organização Econômica
- A economia no período era baseada na agricultura e no pastoreio. A estrutura social era formada pelos patrícios, que eram os grandes proprietários; os clientes, que recebiam amparo e proteção dos patrícios e os plebeus, que ocupavam a base da sociedade: artesãos, comerciantes e pequenos proprietários.
6. Fim da Monarquia
- Tarquínio foi o último rei no período da monarquia de Roma. Ele ficou conhecido como o Soberbo, pois por causa do seu desejo de acabar com a influência que o Senado exercia sobre a vida política dos romanos, Tarquínio foi expulso de Roma. A partir deste momento, em que o último rei de Roma é expulso de sua própria cidade, inicia-se uma nova fase da Roma antiga: o fim da monarquia e o início da república.
Mas entre os períodos que marcam o fim da monarquia e o início da república romana aconteceram algumas mudanças na estrutura política. O rei, que era mais conhecido como monarca, começou a acumular poderes em vários aspectos da sociedade romana. Ele possuía agora controle sobre o poder judicial, executivo e ainda religioso. - Além disso, o rei de Roma recebia forte apoio do Senado. O Senado Romano também recebia o nome de Conselho de Anciãos, e possuía o boder legislativo e de veto. O rei era quem criava as leis, mas estas não seriam aprovadas sem antes passar pelo senado. Em outras palavras, era o senado que decidia se uma lei criada pelo rei seria aprovada ou não.

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